doença de parkinson

Doença de Parkinson: diagnóstico e tratamento

A Doença de Parkinson é uma disfunção que gera incapacidade nos movimentos do indivíduo de forma progressiva. Geralmente, esse distúrbio tem início a partir dos 50 anos de idade e se intensifica com o passar do tempo. Ainda não há uma explicação unânime sobre os fatores que causam a doença.

Questões ligadas à genética podem fazer com que os sintomas apareçam precocemente, por volta dos 40 anos de idade. Essa é uma doença que atinge cerca de 1% da população mundial e, no Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é de que existam 200 mil pessoas afetadas pela degeneração neurológica.

As principais características do Parkinson são os sintomas de tremor, rigidez, lentidão dos movimentos, dificuldade em iniciar um movimento e postura encurvada. Outros sintomas comuns são:

  • tremor de repouso,  em geral assimétrico
  • lentidão de ações motoras  e marcha , chamada bradicinesia
  • rigidez muscular
  • dores musculares e articulares
  • perda dos reflexos posturais
  • marcha com velocidade crescente, sem intenção(festinação )
  •  constantes quedas;
  • alterações nos movimentos da face; redução da mímica facial 
  • alteração na caligrafia; micrografia
  • mudanças na voz; disfonia e disartria
  • depressão.
  • ansiedade
  • alucinações
  • disturbios do sono REM
  • sensação de ter envelhecido muito em pouco tempo

Diagnóstico da Doença de Parkinson

O Parkinson é uma doença fácil diagnóstico, para o neurologista  e  já  existem  de  imagem capazes de esclarecer com certeza a condição (Cintilografia com TRODAT)

Mesmo não sendo NECESSÁRIA para  o diagnóstico, a Ressonância Nuclear Magnética do cérebro pode ser útil em alguns pacientes, para a exclusão de outras alterações neurológicas, como hidrocefalia e doenças vasculares cerebrais , aliem de em alguns casos ser essencial no diagnostico do síndrome Parkinson PLUS , doença ainda mais grave , mais rapidamente degenerativa  e que infelizmente não responde tao bem ao tratamento clinico .

Pacientes parkinsonianos costumam apresentar alguns sinais em comum, como é o caso do Transtorno do Comportamento do Sono REM, manifestado em 40% dos pacientes.

Estudiosos descobriram recentemente que existem alterações no olfato do indivíduo, antes mesmo do surgimento dos primeiros sinais da doença neurológica. Além disso, há relação do Parkinson com alterações na pressão arterial, que frequentemente reduz , em especial em pé provocando hipotensão  postural .

A constipação intestinal é outro ponto observado durante o diagnóstico da doença. A avaliação clínica também observa a presença dos seguintes sinais:

  • tremor em repouso nas mãos, nos lábios, no queixo e na língua, que aumenta quando o paciente se põe a andar ou em estado de estresse;
  • rigidez do corpo;
  • alteração na postura, como inclinação da cabeça, com braços à frente do corpo e cotovelos, quadril e joelhos flexionados, postura encurvada e inversão dos pés;
  • lentidão dos movimentos;
  • perda de expressão espontânea da face;
  • diminuição do piscar de olhos;
  • perda da gesticulação;
  • fala mais baixa;
  • escrita alterada, que pode ser menor e mais fina, além de lenta;
  • andar lento e arrastado;
  • dificuldade para engolir a própria saliva;
  • perda dos reflexos e consequentes quedas;
  • incapacidade de ficar de pé sem ajuda;
  • marcha acelerada;
  • incapacidade de executar movimentos por alguns segundos, estado chamado de congelamento ou bloqueio motor, uma alteração que costuma atingir as pernas.

A Doença de Parkinson é finalmente definida quando existe a combinação de três a quatro sintomas citados, como tremor, rigidez, diminuição dos reflexos posturais e lentidão dos movimentos.

O neurologista também pode observar a presença de alterações não motoras, sinais importantes para a definição do diagnóstico, como:

  • alterações na personalidade (apatia, falta de confiança, medo excessivo, ansiedade, abstinência social, dependência);
  • demência (desorientação espacial, paranóia, psicose, alucinações);
  • pensamento lento, perda de concentração e dificuldade na formação de conceitos;
  • depressão;
  • distúrbios do sono;
  • disfunção sexual;
  • fadiga;
  • perda de peso;
  • suor excessivo;
  • seborreia.
  • disfunção visual.

A soma desses sintomas, que devem ser investigados com cautela pelo neurologista, é o que resulta no diagnóstico. A partir disso, o médico fará a indicação do melhor tratamento para cada caso. Veja a seguir algumas opções terapêuticas para a tratamento da Doença de Parkinson.

Tratamento

O arsenal terapéutico é felizmente extenso trazendo alivio e melhora expressiva dos sintomas na grande maioria dos portadores da doença .

Os tratamentos são basicamente medicamentosos e visam aumentar a disponibilidade da   dopamina no cérebro , controlando os sintomas  . Diferentes medicamentos são utilizados, a depender do estágio da doença. 

A base do tratamento se faz com levodopa, podendo-se utilizar dopa agonistas, inibidores da MAO(enzima que degrada a dopamina) , amantadina , anticolinergicos , antiglutamatergicos  e anticolinesterasicos .

Após alguns anos de tratamento clinico , com doença mais avançada e critérios clínicos rígidos pode-se indicar tratamento cirúrgico do parkinson através da implantação de estimuladora cerebral profundo (DBS)

Outras frentes de tratamento dizem respeito à união de outras especialidades para que haja melhora da qualidade de vida do paciente. Por exemplo, o suporte fisioterapêutico, treinamento funcional com educador fisico , tai chi chuan , tratamento  psicológico para o paciente e a família, além da  fonoaudiologia, e  terapia ocupacional .

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como neurologista em Porto Alegre!

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