A demência é uma condição neurológica que ocasiona perda significativa das funções cognitivas, afetando a memória e trazendo dificuldades de concentração, raciocínio e comunicação, além de mudanças bruscas de personalidade.
Trata-se de uma doença que gera impactos gigantescos na vida das pessoas acometidas por ela, pois prejudica o rendimento no trabalho e interfere nas relações pessoais. Diante disso, os pacientes devem buscar ajuda médica e psicológica para lidar de maneira correta com essa doença.
Causas
A demência pode se apresentar em dois cenários, variando de acordo com o nível de gravidade: existem as demências reversíveis, que causam danos cerebrais, mas podem ser contornadas, caso tratadas adequadamente. Há também sequelas irreversíveis, que têm como principal característica a progressão contínua, sendo possível apenas retardar o avanço de seus sintomas.
As causas desses dois tipos de demência são distintas, como veremos.
As demências reversíveis podem ser causadas por:
- alterações metabólicas;
- deficiência de vitamina B12;
- hidrocefalia;
- presença de tumores cerebrais;
- uso de determinados medicamentos;
- consumo excessivo de álcool.
Já as demências irreversíveis apresentam entre suas causas:
- degeneração em áreas específicas do cérebro;
- problemas vasculares;
- AVC;
- doença de Alzheimer.
Sintomas
Os sintomas da demência são diversos e, geralmente, surgem de forma gradativa, iniciando-se de maneira praticamente imperceptível até se tornarem extremamente acentuados.
Deve-se ressaltar também que os sinais variam a cada caso, podendo inclusive ser distintos em dois pacientes com o mesmo tipo de demência. No entanto, existem os sintomas mais comuns e detectáveis, sendo muito importante conhecê-los.
Perda de memória
O paciente passa a esquecer principalmente a memória recente, no início da demência, repetindo as mesmas perguntas, ou falando várias vezes sobre o mesmo assunto.
Mudanças drásticas e repentinas de personalidade
Conforme a demência piora, o paciente pode apresentar sinais latentes de agitação, desinteresse, apatia e agressividade, por exemplo.
Incapacidade para reconhecer pessoas e lugares
Fica cada vez mais difícil para o paciente se orientar no tempo e no espaço. Além disso, à medida que a doença avança, detectar rostos familiares também se torna complicado.
Alterações bruscas de apetite e falta de sono
É comum que os pacientes com demência passem a comer muito mais do que comiam, ou o inverso, abdicando de se alimentar com o mínimo necessário. Também não é raro que troquem o dia pela noite e não durmam o suficiente.
Dificuldade para falar e escrever
A comunicação passa a ser muito difícil, pois os níveis de compreensão do paciente tendem a diminuir gradativamente.
Dificuldade para manusear utensílios
A capacidade motora também é atingida pela demência, tornando o paciente dependente de outras pessoas, até nas tarefas mais básicas do cotidiano, quando a doença já está avançada.
Tipos de demência
Existem diversos tipos de demência, dentre os quais podemos destacar alguns com origens e causas distintas, além de sintomas diferentes, como detalharemos a seguir:
Demência vascular
Esse tipo engloba a maior parte dos casos de demência e tem origem em lesões cerebrais, ocasionadas por doenças vasculares, como AVC, infarto, dentre outras.
Os principais fatores de risco que podem potencializar o surgimento desse tipo da doença são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, doença cardiovascular, fibrilação atrial, tabagismo, trombose, abuso de álcool e fatores genéticos.
Demência com corpos de Lewy
É ocasionada por uma série de alterações no sistema nervoso, chamadas corpos de Lewy. Os sintomas apresentados são os mesmos da Doença de Parkinson e incluem rigidez muscular, alucinações, além de quedas repetidas, desmaios, delírios, entre outros.
Demência frontotemporal
Essa doença tem origem na redução das regiões frontal e temporal do cérebro, causando alterações significativas na personalidade e na cognição do paciente. Dentre os sintomas apresentados, podemos destacar:
- desinibição;
- impulsividade;
- inquietação;
- perda do julgamento;
- oscilação emocional;
- apatia;
- desinteresse;
- perda de motivação;
- isolamento;
- comportamentos inadequados em público, como urinar, por exemplo.
Os sintomas não surgem assim que a doença se inicia, podendo levar até dois anos para que eles comecem a se apresentar de maneira mais latente.
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