A doença de Alzheimer é uma enfermidade que degenera o cérebro. Atinge, na maioria dos casos, pessoas com mais de 65 anos. Contudo, existem muitos casos de pessoas mais jovens acometidas. Nesses casos, a doença se desenvolve por meio de mutações genéticas, juntamente com o fator hereditário, crucial nessa situação.
Nos casos envolvendo idosos a partir de 65 anos, pesquisadores levantam a hipótese de que diversos genes agem em conjunto com outros fatores de risco, como hábitos de vida e de doenças cardiovasculares, para ocasionar a doença.
O Alzheimer é um processo distinto do envelhecimento cerebral, pois ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral, como deposição de proteínas anormais que provocam a morte dos neurônios em um ritmo mais acelerado que o normal.
Os danos causados ao sistema nervoso por essa doença limitam drasticamente diversas funções cerebrais, como memória, linguagem, cálculo, comportamento, dentre outras. A progressão da doença é lenta e os sinais vão se tornando mais perceptíveis com o decorrer do tempo.
Sinais de alerta
Um dos grandes problemas enfrentados pelas pessoas portadoras da doença é o fato de que a maioria delas não têm consciência do acometimento. Isso é alarmante, considerando que o diagnóstico precoce pode significar o sucesso do tratamento.
Segundo o doutor Pedro Rosa, psiquiatra do HCor, conhecido hospital da capital paulista, o diagnóstico tardio na demência de Alzheimer é quase regra e acontece quando o portador já apresenta muitas dificuldades para executar tarefas cotidianas. Dificilmente há diagnóstico quando a pessoa tem apenas um comprometimento cognitivo discreto e leve, sem grande prejuízo funcional.
A demora ocorre por vários motivos, dentre eles a falta de acesso à saúde e a profissionais treinados. Acontece, também, porque a pessoa e os familiares consideram normais alguns sintomas da demência. O pensamento é de que o episódio é normal, próprio da velhice. Muitos dos sintomas iniciais do Alzheimer são deixados de lado devido a essas concepções.
Dentre os diversos sinais de alerta que o indivíduo demonstra tanto para familiares e amigos, podem-se destacar alguns:
- dificuldade na linguagem;
- esquecimento de fatos que aconteceram recentemente;
- dificuldade para se situar no tempo (saber a data ou hora atuais);
- perder-se em lugares conhecidos e até familiares;
- dificuldade para tomar decisões ou ter iniciativa própria;
- mudanças repentinas de humor;
- depressão e perda de interesse por atividades de que gosta;
Diagnóstico da doença de Alzheimer
O diagnóstico da doença de Alzheimer não pode ser realizado por um exame específico. É necessário que os médicos analisem exames distintos e avaliem, com o intuito de relacionar os sintomas de cada caso e chegar ao diagnóstico de Alzheimer, após esgotar todas as outras possibilidades de doenças.
As avaliações médicas são construídas a partir de dados coletados em consulta. São questionados temas como histórico familiar, problemas psicológicos e clínicos, dentre outros.
Além disso, na consulta são realizados diversos testes físicos e clínicos, que incluem exames laboratoriais para identificar os seguintes problemas:
- função tiroideia;
- interações medicamentosas e problemas de dosagem;
- análises à urina para investigar uma infeção;
- anemia;
- infecção;
- equilíbrio de eletrólitos (sal e água);
- função hepática;
- deficiência de vitamina B12;
Também são realizados exames mais complexos como tomografia por emissão de positrões (PET) e tomografia computorizada por emissão de fotão único (SPECT), ressonância magnética (RM) e tomografia axial computorizada (TAC).
Por fim, são feitos testes de avaliação do estado mental do indivíduo e que mensuram a escala da doença de Alzheimer e o grau de anormalidade das funções neurológicas.
Com todos os resultados em mãos, os médicos darão um diagnóstico preciso, pois estarão plenamente embasados, e então o tratamento se inicia.
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